Clube de Ginástica de Almada corre o risco de ficar sem «casa»

Clube de Ginástica de Almada corre o risco de ficar sem «casa»

A União das Freguesias de Almada, Cova da Piedade e Cacilhas acompanha de perto os problemas da população e das coletividades, clubes, associações e outras entidades que em várias áreas servem as nossas freguesias. Vamos passar a ter regularmente um espaço na nossa página dedicado a expor esses problemas através de entrevistas ou reportagens. Hoje, dedicamo-lo ao Clube de Ginástica de Almada, que corre o risco de ficar sem «casa» para a prática de ginástica artística, modalidade em que se distingue há oito anos.

A ginástica artística do Clube de Ginástica de Almada não pode continuar parada. O Clube de Ginástica de Almada estava entre os 10 primeiros da Federação de Ginástica de Portugal em número de atletas inscritos, tinha atletas na primeira divisão de ginástica artística e do Tejo para baixo é o único clube com esta modalidade feminina e masculina. “Medalhas” que corre o risco de perder se não encontrar urgentemente um espaço para treinar, depois de a 29 de julho ter sido obrigado a sair das instalações onde estava há oito anos, do Centro de Educação Física da Armada (CEFA), na Base Naval do Alfeite, devido às restrições impostas pela pandemia.

A história é contada por Paulo Renato Pinto, presidente da direção do clube que nasceu há oito anos do desencanto de um grupo de pais de ginastas e de treinadores com a situação em que se encontrava o Ginásio Clube do Sul. O desencanto transformou-se em resistência e vontade de criar um novo projeto. A Marinha cedeu o espaço de 600 m2 e a Federação de Ginástica de Portugal e o anterior executivo da Câmara Municipal de Almada deram um “apoio inestimável” na aquisição de aparelhos. O sonho foi para a frente e ao longo destes oito anos foi concretizado com sucesso e resultados, juntando cerca de 130 atletas na ginástica de aparelhos, mas agora corre o risco de se tornar um pesadelo, uma vez que apesar de todas as diligências e da procura incessante de um novo espaço para alugar, não foi até agora possível encontrar uma solução.

Paulo Renato Pinto faz questão de clarificar que não é uma doação de espaço que o Clube de Ginástica de Almada pede. “Nunca foi essa a nossa postura. Somos desde o início um clube que procura a sustentabilidade e a promoção da ginástica para todos. Mesmo o espaço que nos foi cedido pela Marinha era alugado. É isso que procuramos: um espaço adaptável e com condições mínimas para os nossos agora cerca de 80 atletas que estão parados, em suspenso, à espera de uma solução. Alguns já foram para clubes em Lisboa. Lamentamos, mas compreendemos perfeitamente. Estamos a ficar sem esperança”.

Uma reunião com a Sociedade de Recreio e Beneficência de Porto Brandão é uma luz ao fundo do túnel, mas as possíveis instalações de 283 m2 estão longe de ser as ideais para a prática de uma modalidade que exige aparelhos presos ao chão e inamovíveis e um espaço amplo.

Para as ginásticas rítmica e acrobática foi mais fácil encontrar solução, com a ajuda da União das Freguesias do Laranjeiro e Feijó, e estão agora a funcionar num espaço do CIRL – Clube de Instrução e Recreio do Laranjeiro, mas uma parte da atividade do Clube de Ginástica de Almada, relacionada com a ginástica artística mantém-se suspensa.

“Logo em julho iniciámos diligências junto da Câmara Municipal de Almada, das Uniões de Freguesias e particulares para encontrar novo espaço. Os preços dos particulares são incomportáveis, as Uniões de Freguesia de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas e Laranjeiro e Feijó têm-no apoiado na sinalização de espaços, a Câmara Municipal de Almada, às duas hipóteses que colocámos – as antigas piscinas da Academia Almadense e um armazém na Romeira onde se guardam os materiais das marchas, espaços devolutos e que não estão a ser utilizados – não respondeu”, conta Paulo Renato Pinto, que pensa que a importância da atividade do clube que dirige e a forma séria e empenhada com que a leva a cabo justificaria outro tipo de resposta.

“Vamos ver no que dá a reunião com a coletividade de Porto Brandão. Neste momento, essa reunião a única coisa que temos como certa. E iremos às assembleias de Freguesia e de Câmara expor esta situação. Não estamos a pedir um espaço a custo zero, estamos a pedir um espaço para alugar e gostaríamos de ter mais do que indiferença na resposta”.