História da Freguesia de Almada

Freguesia ribeirinha, sede de Concelho, criada pelo foral régio de 1190, atribuído por D. Sancho I.

As mais antigas freguesias da vila eram Santa Maria do Castelo de Almada e Santiago, cujas igrejas e padroados estiveram ligados à Ordem Militar de Santiago.

No seguimento da reforma administrativa de 1878 permaneceram duas freguesias: Almada (com a união de Santa Maria do Castelo e a de Sant’iago) e Nossa Senhora do Monte de Caparica.

"A Freguesia de Almada está situada no extremo Noroeste da Península de Setúbal, tendo por limites, a Norte o rio Tejo, a Oeste a freguesia de Pragal, a Sul a freguesia de Cova da Piedade e a Este a freguesia de Cacilhas, ocupando uma área aproximada de 47ha.

Alcandorada numa arriba que limita o planalto em relação ao Tejo, dispõe de uma posição privilegiada sobre Lisboa, decrescendo os valores da altitude suavemente para Leste e Sudoeste, acompanhando a evolução dos centros de concentração, dispersão e redistribuição da cidade, dos locais de passagem e de permuta de ideias que exprimem a vida, dos caminhos das águas tornados estradas de peões, depois de cavalos e burros, a estrada real da malaposta do sul, a avenida do automóvel moderno, a pista que nos coloca a um metro do futuro.

Do ponto de vista climático, caracteriza-se por um clima temperado, com chuvas esparsas que atingem em anos normais valores médios de precipitação na ordem de 450/600 mm, com um período seco nos meses de julho e agosto.
O Inverno é normalmente moderado, com ventos frequentes predominando de Sudoeste e Nordeste, enquanto que no Verão os ventos são fracos, soprando de Sudoeste. As temperaturas médias variam entre 10º-12º no Inverno e 20º-23º no Verão, rondando a temperatura média anual os 16º.

Enquanto parte integrante da cidade de Almada, a freguesia é uma construção urbana coletiva que se foi estruturando, evoluindo e consolidando ao longo de muitos séculos, resultado da miscigenação de povos e de culturas, mas sobretudo, constituída pelos seus cidadãos, pelos espaços do quotidiano, o bairro, as artérias por onde circula a vida da comunidade, se parte à descoberta da diferença, onde se cruzam os gostos e os olhares, se faz a festa tradicional, onde ainda existe a barbearia da esquina e a mercearia que sempre conhecemos naquele quarteirão, a vida associativa, a escola primária centenária onde em criança cavalgámos o sonho dum futuro incerto que ninguém adivinhava.

A imagem da freguesia é essa e também a dos nossos filhos e netos, da modernidade, da excelência da qualidade, da condição de homens e mulheres livres, da preservação, restauro e defesa do património coletivo, dos bons estabelecimentos de ensino públicos e privados, duma escola nova que forma, apetrecha e intervém, que se cumpre nos empenhos profissionais dos educadores, professores, auxiliares e nos investimentos da governação, dum comércio que nada fica a dever ao da capital, duma boa rede de transportes, de instituições que funcionam atempadamente em relação a questões tão essenciais como o fornecimento de água potável e a garantia da sua qualidade, o saneamento básico, recolha e tratamento do lixo, limpeza de ruas, passeios públicos e rede viária, à segurança dos cidadãos, das modernas e funcionais instalações da autarquia, da preservação do ambiente e dos espaços verdes, dos equipamentos de saúde e assistência social, dos espaços de lazer, das estruturas vocacionadas para as atividades culturais e desportivas, da informação aos fregueses, da transparência na gestão e funcionamento democrático dos órgãos das autarquias.

Em linhas gerais, é essa a imagem da freguesia de Almada, cuja história se constrói com a memória do seu povo e se atualiza no diálogo permanente com a vida."
(…)

In “Memórias da nossa Terra e da Nossa Gente”, António Policarpo (2005)