Castelo de Almada

Castelo de Almada

O castelo de Almada terá origem árabe, facto comprovado por uma referência do geógrafo Edrisi, datada do século XII, onde aparece referido como “Hosnel-Madan” (fortaleza da mina).

A grande importância estratégica de Almada durante o período da Reconquista prende-se com a possibilidade de concentração em local fortificado frente a Lisboa, favorecendo ataques com êxito a essa cidade. Almada situava-se portanto numa zona de combates e retaliações.

O primeiro foral de Almada, atribuído por D. Sancho I em 1190, concede à vila os privilégios das cidades mais importantes do reino (Lisboa, Santarém e Coimbra), por forma a favorecer a fixação das populações aterrorizadas pelas incursões Almóadas (dinastia marroquina que sucedeu aos Almorávidas, entre 1121 e 1269).

No entanto, quando em 1191 Abu Yusuf al-Mansur avança para Norte, os cavaleiros de Santiago abandonam Almada e palmela e os castelos são destruídos. O primeiro só quatro anos depois será retomado por D. Sancho I, que provavelmente terá ordenado obras de reconstrução e melhoramentos, mais tarde continuadas nos reinados de D. Dinis (1279-1325) e D. Fernando (1367-1383). Depois de resistir ao cerco castelhano de 1384, voltou a entrar em estado de abandono, para vir mais tarde a sofrer várias transformações, já nos séculos XVI e XVII, visando adaptá-lo às novas tecnologias militares. Foi ampliado em 1666 (reinado de D. Afonso VI) e reconstruído depois do terramoto de 1755. No século XVIII, a vila ainda estava a alguma distância e o acesso fazia-se a poente, em local bem diferente do actual, protegido por torreão de sólida construção.

Profundamente descaracterizado, o castelo de Almada é ainda ocupado pela G.N.R. que mantém uma unidade militar no seu interior, impedindo o acesso dos visitantes e dificultando os trabalhos de investigação sobre um local fundamental para o conhecimento de Almada medieval.
in “Almada e o Tejo”, Centro de Arqueologia de Almada (1999)

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